Um marco científico foi alcançado por uma equipe uruguaia: o medicamento regional contra a obesidade completou com sucesso sua fase inicial de testes em humanos, com resultados que o posicionam como uma alternativa inovadora no tratamento de distúrbios metabólicos.
O composto, denominado SANA, foi desenvolvido pela Eolo Pharma, uma startup biotecnológica nascida da colaboração entre cientistas do Institut Pasteur de Montevideo e a Universidade da República. Segundo publicação da revista Nature Metabolism, o medicamento não apenas foi seguro e bem tolerado pelos 44 voluntários que participaram do teste, mas também mostrou uma redução no índice de massa corporal e nos níveis de glicose no sangue.
Diferentemente dos tratamentos atuais, o SANA não atua suprimindo o apetite. Seu mecanismo é inovador: estimula o gasto energético do organismo, preservando a massa muscular magra e reduzindo a gordura corporal. Essa abordagem terapêutica é considerada complementar aos tratamentos com análogos de GLP-1.
“O resultado abre um caminho completamente novo para abordar a obesidade”, explicou Carlos Escande, pesquisador do IP Montevideo e integrante da Eolo Pharma. O avanço permite o início da fase II de testes clínicos no final deste ano, com uma amostra mais ampla que incluirá pacientes com diabetes tipo 2.
A pesquisa começou há mais de uma década, quando a equipe identificou moléculas com potencial terapêutico, validou seus efeitos em modelos pré-clínicos e conseguiu avançar para sua aplicação clínica. “É um feito da ciência pública, apoiada pela ANII e CSIC, e potencializada por investimento privado nacional e internacional”, destacou Escande.
A importância da descoberta foi destacada pelo comitê editorial da Nature Metabolism, que também publicou um “Research Briefing” sobre o trabalho. Especialistas internacionais, como Uwe Schlattner da Universidade Grenoble Alpes (França), concordaram em ressaltar o potencial de transferir com sucesso os resultados de laboratório para humanos.
“Nos orgulhamos de ser a primeira empresa na América do Sul a levar uma molécula desde sua concepção até seu teste clínico”, afirmou Pía Garat, CEO da Eolo Pharma. “Este trabalho foi um desafio contínuo e é encorajador ver que os dados em humanos replicam os obtidos no laboratório”, acrescentou Karina Cal, autora principal do estudo.
Acerca de los comentarios
Hemos reformulado nuestra manera de mostrar comentarios, agregando tecnología de forma de que cada lector pueda decidir qué comentarios se le mostrarán en base a la valoración que tengan estos por parte de la comunidad. AMPLIAREsto es para poder mejorar el intercambio entre los usuarios y que sea un lugar que respete las normas de convivencia.
A su vez, habilitamos la casilla [email protected], para que los lectores puedan reportar comentarios que consideren fuera de lugar y que rompan las normas de convivencia.
Si querés leerlo hacé clic aquí[+]